Jornalista dá 6 dicas sobre o que fazer na Chapada dos Guimarães (MT)
No dicionário, “chapada” quer dizer “esplanada no alto de morro ou montanha”. Dito assim, nem parece grande coisa, mas, na prática, chapada que dizer um lugar repleto de grutas, mirantes, cânions e cachoeiras. Um local perfeito para fazer trilhas e curtir a natureza. Um destino como a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, um dos parques nacionais mais conhecidos do Brasil, junto a Chapada Diamantina, na Bahia, e a dos Veadeiros, em Goiás.
A apenas 80 quilômetros do aeroporto de Cuiabá, o local tem fácil acesso e um visual repleto de penhascos, verdadeiros paredões de rochas avermelhadas de arenito – observei tudo isso do meu carro na bem asfaltada rodovia MT-251, que conecta a capital matogrossense ao parque. E quer saber o que achei deste paraíso? Veja a seguir as minhas seis dicas sobre o que fazer na Chapada dos Guimarães.
O autor
1. Deleite-se com inúmeras cachoeiras e piscinas naturais
Boa parte dos tesouros da Chapada dos Guimarães fica a céu aberto, em meio à vegetação típica do cerrado. É o caso da Cachoeira Véu da Noiva, o cartão-postal mais conhecido do parque e a apenas 200 metros do estacionamento principal. Um caminho cimentado termina em um mirante bem posicionado para contemplar a queda d’água, a 80 metros de altura bem no vértice de um cânion.
Bom, desde 2008 não é possível mergulhar na parte de baixo da Cachoeira Véu de Noiva. Mas isso não é um problema, pois dali você pode pegar a trilha para o Circuito das Cachoeiras. O caminho de 3,5 quilômetros acompanha o Rio Independência em meio à natureza. É preciso suar um bocado, mas o esforço é recompensado com diversas cachoeiras: Sete de Setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência. Entre as cachoeiras da Prainha e a das Andorinhas, ainda há duas piscinas naturais de águas limpíssimas e ótimas para nadar.
2. Encante-se com os diversos mirantes do parque
Você sabia que a Chapada dos Guimarães é o “centro geodésico” da América do Sul? Isso significa dizer que está equidistante dos oceanos Pacífico e Atlântico – e não preciso nem mencionar que esse fato atrai místicos e pessoas em busca de energias especiais, muitas delas encontradas nos mirantes do parque.
Disseram-me que a vista da Cachoeira Véu de Noiva é considerada a mais bela da Chapada dos Guimarães, mas comecei a duvidar disso quando conheci outros diversos mirantes que existem na borda dos paredões de arenito. O mais visitado deles é o Mirante do Centro Geodésico, que fica pertinho da estrada. Basta deixar o carro em uma área ao lado do acostamento (não paga nada) e caminhar cinco minutos até chegar ao local. Lá do alto, pude ver a planície pantaneira aos pés e as curiosas formações rochosas que desenham a paisagem da Chapada.
O melhor de todos: Cidade de Pedra
Agora, o melhor visual para mim é o da chamada Cidade de Pedra, onde estão os famosos abismos de 400 metros de altura da Chapada. Para chegar lá só com guia credenciado (contratei pela agência Villa Guimarães) e veículos 4×4, já que o local é trancado com chave e, além disso, é preciso rodar por 30 quilômetros em estrada de terra. Eu fui final da tarde, que é o melhor horário para fotografar, quando a luz do entardecer tinge os paredões com incríveis tons avermelhados. Nesse período, casais de araras coloridas retornam para os ninhos nas cavidades dos penhascos e o canto das aves ecoa e toma conta do ambiente – é de arrepiar, tive a sensação de estar em um santuário natural intocado.
3. Explore grutas fotogênicas no Circuito das Cavernas
Outro passeio clássico é o Circuito das Cavernas, para o qual reservei um dia inteiro. Trata-se de um conjunto de grutas de arenito que fica em uma propriedade particular a 40 quilômetros da cidade de Chapada dos Guimarães.
O esquema de visitação é bastante organizado e o percurso total a pé não passa de dois quilômetros. Na sede da propriedade, há uma jardineira com bancos na carroceria que é rebocada por um trator até o começo da trilha que leva às cavernas. Na volta do passeio, que tem hora marcada para começar e terminar, é servido o almoço no restaurante, com pratos típicos da região, como a costela de pacu frita com pirão – uma delícia!
4. Percorra o Vale do Rio Claro e mergulhe em águas doces
Outro atrativo bem bacana na Chapada é o Vale do Rio Claro, que fica na parte baixa do parque, aos pés dos paredões, em uma bela área de cerrado preservado. O passeio, que vale ser contratado com agência, é bem tranquilo e relaxante.
A visita começa por uma estrada de terra que leva até o Morro da Crista do Galo, com um panorama belíssimo das formações rochosas, e segue até o Rio Claro. Nesse ponto, a menos de 500 metros da nascente, o rio faz uma curva formando um remanso de águas cristalinas e ideal para nadar – dependendo da agência contratada, os guias emprestam máscara e snorkel. Ali, boiando no Rio Claro, eu tive a certeza que a Chapada dos Guimarães é, sem dúvida, um dos lugares mais incríveis que eu já conheci no Brasil!
5. Hospede-se no único all-inclusive da Chapada
Às margens do Lago do Manso e rodeado de natureza fica o Malai Manso Resort, o único all-inclusive de toda a região Centro-Oeste. É uma ótima opção para caso você viaje com a família e passe um tempo mais longo na Chapada dos Guimarães – dá para curtir o parque e o resort.
Piscina fabulosa, diversas opções gastronômicas, spa e atividades para crianças e adultos fazem do Malai Manso um verdadeiro oásis dentro de outro oásis. Leia mais sobre o local neste outro artigo que escrevi para a trivago Magazine.
6. Descubra o centrinho da cidade de Chapada dos Guimarães
É isso mesmo: Chapada dos Guimarães é o nome do parque e também da cidade mais próxima dali. Bem tranquilo e pacato, o local tem cerca de 20 mil moradores, mas já ganhou muitas pousadas, bares e restaurantes legais. Nos finais de semana, rola uma vida noturna até bem agitadinha por ali graças aos cuiabanos que sobem a “serra” nos dias de folga.
A cidade praticamente se resume a uma pracinha central, onde os bares colocam mesas nas calçadas ao lado de uma alegre feirinha de artesanato. No centro da praça fica a igreja de Nossa Senhora de Santana, erguida em 1779 nos tempos de garimpo de diamantes e tombada pelo patrimônio histórico nacional.
A foto de capa, no mirante Cidade de Pedra, é do autor deste artigo.