Centro-Oeste

Jornalista dá 6 dicas sobre o que fazer na Chapada dos Guimarães (MT)

Um dos parques nacionais brasileiros, a Chapada é famosa por seus paredões de arenito, cachoeiras, cavernas e inúmeros mirantes - confira a seguir!

No dicionário, “chapada” quer dizer “esplanada no alto de morro ou montanha”. Dito assim, nem parece grande coisa, mas, na prática, chapada que dizer um lugar repleto de grutas, mirantes, cânions e cachoeiras. Um local perfeito para fazer trilhas e curtir a natureza. Um destino como a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, um dos parques nacionais mais conhecidos do Brasil, junto a Chapada Diamantina, na Bahia, e a dos Veadeiros, em Goiás.

A apenas 80 quilômetros do aeroporto de Cuiabá, o local tem fácil acesso e um visual repleto de penhascos, verdadeiros paredões de rochas avermelhadas de arenito – observei tudo isso do meu carro na bem asfaltada rodovia MT-251, que conecta a capital matogrossense ao parque. E quer saber o que achei deste paraíso? Veja a seguir as minhas seis dicas sobre o que fazer na Chapada dos Guimarães.

O autor

Tales Azzi é fotógrafo e jornalista especializado em turismo. Atualmente, é editor-chefe da revista Viaje Mais, tradicional publicação de turismo brasileira e onde trabalha desde 2004. Tales Azzi também é proprietário da produtora Olhar Voador, que faz trabalhos de fotografia e filmagem aérea com drones.
Site do autor

1. Deleite-se com inúmeras cachoeiras e piscinas naturais

Boa parte dos tesouros da Chapada dos Guimarães fica a céu aberto, em meio à vegetação típica do cerrado. É o caso da Cachoeira Véu da Noiva, o cartão-postal mais conhecido do parque e a apenas 200 metros do estacionamento principal. Um caminho cimentado termina em um mirante bem posicionado para contemplar a queda d’água, a 80 metros de altura bem no vértice de um cânion.

Bom, desde 2008 não é possível mergulhar na parte de baixo da Cachoeira Véu de Noiva. Mas isso não é um problema, pois dali você pode pegar a trilha para o Circuito das Cachoeiras. O caminho de 3,5 quilômetros acompanha o Rio Independência em meio à natureza. É preciso suar um bocado, mas o esforço é recompensado com diversas cachoeiras: Sete de Setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência. Entre as cachoeiras da Prainha e a das Andorinhas, ainda há duas piscinas naturais de águas limpíssimas e ótimas para nadar.

2. Encante-se com os diversos mirantes do parque

Você sabia que a Chapada dos Guimarães é o “centro geodésico” da América do Sul? Isso significa dizer que está equidistante dos oceanos Pacífico e Atlântico – e não preciso nem mencionar que esse fato atrai místicos e pessoas em busca de energias especiais, muitas delas encontradas nos mirantes do parque.

Disseram-me que a vista da Cachoeira Véu de Noiva é considerada a mais bela da Chapada dos Guimarães, mas comecei a duvidar disso quando conheci outros diversos mirantes que existem na borda dos paredões de arenito. O mais visitado deles é o Mirante do Centro Geodésico, que fica pertinho da estrada. Basta deixar o carro em uma área ao lado do acostamento (não paga nada) e caminhar cinco minutos até chegar ao local. Lá do alto, pude ver a planície pantaneira aos pés e as curiosas formações rochosas que desenham a paisagem da Chapada.

O melhor de todos: Cidade de Pedra

Agora, o melhor visual para mim é o da chamada Cidade de Pedra, onde estão os famosos abismos de 400 metros de altura da Chapada. Para chegar lá só com guia credenciado (contratei pela agência Villa Guimarães) e veículos 4×4, já que o local é trancado com chave e, além disso, é preciso rodar por 30 quilômetros em estrada de terra. Eu fui final da tarde, que é o melhor horário para fotografar, quando a luz do entardecer tinge os paredões com incríveis tons avermelhados. Nesse período, casais de araras coloridas retornam para os ninhos nas cavidades dos penhascos e o canto das aves ecoa e toma conta do ambiente – é de arrepiar, tive a sensação de estar em um santuário natural intocado.

3. Explore grutas fotogênicas no Circuito das Cavernas

Outro passeio clássico é o Circuito das Cavernas, para o qual reservei um dia inteiro. Trata-se de um conjunto de grutas de arenito que fica em uma propriedade particular a 40 quilômetros da cidade de Chapada dos Guimarães.

O esquema de visitação é bastante organizado e o percurso total a pé não passa de dois quilômetros. Na sede da propriedade, há uma jardineira com bancos na carroceria que é rebocada por um trator até o começo da trilha que leva às cavernas. Na volta do passeio, que tem hora marcada para começar e terminar, é servido o almoço no restaurante, com pratos típicos da região, como a costela de pacu frita com pirão – uma delícia!

4. Percorra o Vale do Rio Claro e mergulhe em águas doces

Outro atrativo bem bacana na Chapada é o Vale do Rio Claro, que fica na parte baixa do parque, aos pés dos paredões, em uma bela área de cerrado preservado. O passeio, que vale ser contratado com agência, é bem tranquilo e relaxante.

A visita começa por uma estrada de terra que leva até o Morro da Crista do Galo, com um panorama belíssimo das formações rochosas, e segue até o Rio Claro. Nesse ponto, a menos de 500 metros da nascente, o rio faz uma curva formando um remanso de águas cristalinas e ideal para nadar – dependendo da agência contratada, os guias emprestam máscara e snorkel. Ali, boiando no Rio Claro, eu tive a certeza que a Chapada dos Guimarães é, sem dúvida, um dos lugares mais incríveis que eu já conheci no Brasil!

5. Hospede-se no único all-inclusive da Chapada

Às margens do Lago do Manso e rodeado de natureza fica o Malai Manso Resort, o único all-inclusive de toda a região Centro-Oeste. É uma ótima opção para caso você viaje com a família e passe um tempo mais longo na Chapada dos Guimarães – dá para curtir o parque e o resort.

Piscina fabulosa, diversas opções gastronômicas, spa e atividades para crianças e adultos fazem do Malai Manso um verdadeiro oásis dentro de outro oásis. Leia mais sobre o local neste outro artigo que escrevi para a trivago Magazine.

6. Descubra o centrinho da cidade de Chapada dos Guimarães

É isso mesmo: Chapada dos Guimarães é o nome do parque e também da cidade mais próxima dali. Bem tranquilo e pacato, o local tem cerca de 20 mil moradores, mas já ganhou muitas pousadas, bares e restaurantes legais. Nos finais de semana, rola uma vida noturna até bem agitadinha por ali graças aos cuiabanos que sobem a “serra” nos dias de folga.

A cidade praticamente se resume a uma pracinha central, onde os bares colocam mesas nas calçadas ao lado de uma alegre feirinha de artesanato. No centro da praça fica a igreja de Nossa Senhora de Santana, erguida em 1779 nos tempos de garimpo de diamantes e tombada pelo patrimônio histórico nacional.

A foto de capa, no mirante Cidade de Pedra, é do autor deste artigo.